sexta-feira, 17 de maio de 2013

O Vinho e a Saúde da Mulher

O Vinho e a Saúde da Mulher

O consumo moderado de vinho pode reduzir os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, artrite e até câncer de mama. A bebida também pode ajudar a controlar o peso, prevenir efeitos negativos do sedentarismo e proteger mulheres da osteoporose. E esses são apenas alguns dos muitos benefícios atribuídos à bebida por meio de pesquisas publicadas.

Antes de mais nada, vale lembrar que toda e qualquer ação benévola do vinho para a saúde só ocorre se ele for bebido com moderação, regularmente, preferencialmente com as refeições, desde que não tenha contra indicação ao uso de bebidas alcoólicas.

Os efeitos benéficos do vinho se devem aos Polifenóis e pelo baixo teor de álcool, se comparado à outras bebidas alcoólicas. Os Polifenóis estão presentes na semente da uva, na sua casca, no pedicelo e nas barricas de carvalho. É por isso que os vinhos tintos têm mais virtudes para a saúde que os vinhos brancos.
Segundo um artigo publicado pelo Dr. Jairo Monson de Souza Filho, existem vários estudos e pesquisas a respeito do vinho associado à saúde, seja do homem ou da mulher. No entanto neste artigo falamos mais dos benefícios do vinho na saúde da mulher.

O adenocarcinoma de mama é o câncer que mais mata as mulheres. Ele tem uma relação direta com a ingestão de bebidas alcoólicas, isto é, quanto mais álcool uma mulher ingere maior a probabilidade de ela ter esta doença. Isto está bem documentado em uma metanálise de 53 estudos epidemiológicos, incluindo 584.515 mulheres com câncer de mama. Este trabalho foi feito com a colaboração de vários pesquisadores e publicada no British Journal of Cancer, em 2002. Inúmeros estudos (mais de 10 nos últimos dois anos) mostram que quando a bebida ingerida é o vinho, há uma proteção ao desenvolvimento deste tipo de câncer. Várias outras pesquisas mostram os mecanismos pelo qual se dá esta proteção: a ação protetora do Resveratrol sobre os receptores estrogênicos da mama; a inibição da alteração do DNA que gera as células cancerosas, bloqueio do crescimento e disseminação destas células e também porque alguns Polifenóis (como a Quercitina) aumentam a apoptose – morte programada – da célula cancerosa.
Outro estudo realizado, as mulheres que bebem vinho regularmente, moderadamente e junto às refeições têm 50% menos chance de desenvolverem câncer de ovário. Isso foi o que constatou a Drª Penny Webbi da Austrália, estudando 696 mulheres com este tipo de neoplasia e mais 786 outras mulheres, sem a doença, num grupo controle. As mulheres que bebiam regularmente destilados e cerveja tinham tanto câncer de ovários quanto as abstêmias e as que bebiam vinho tinto tinham uma proteção um pouco maior do que as que tomavam vinho branco.
Já na Itália uma pesquisa, constatou que as mulheres que têm o hábito regular de beber vinho moderadamente com as refeições têm atenuadas as manifestações de climatério e menopausa, foi o que revelou o Dr. Calabrese da Itália. O climatério e a menopausa ocorrem quando o ovário – glândula sexual feminina – entra em falência e diminui muito a produção de estrógeno – o hormônio feminino. O Resveratrol – um dos 200 Polifenóis do vinho – tem uma similaridade estrutural e funcional muito grande com o Estrogênio. Por essa semelhança ele é reconhecido como um fito-estrógeno e age atenuando as manifestações do climatério e menopausa que afligem tantas mulheres no final da vida reprodutiva.
Na Dinamarca, um pesquisa demonstrou que as mulheres que têm o hábito regular de tomar bebidas alcoólicas custam mais para engravidar. O Dr. Tolstrup e outros pesquisadores demonstraram uma relação direta entre o consumo de bebidas alcoólicas e infertilidade feminina. Mas a equipe do Dr Juhl, estudando 29.844 grávidas na Dinamarca, constatou que esta relação é apenas para as mulheres que consumiam cerveja e destilados e há uma relação inversa para as mulheres que tomavam vinho. Outros estudos mostraram a mesma coisa: mulheres com hábito regular de beber vinho moderadamente com as refeições engravidam mais fácil que as abstêmias e bem mais rápido que as que tomam outros tipos de bebidas alcoólicas.
A osteoporose é uma condição clínica na qual o osso descalcifica e perde massa – fica poroso, processo natural do envelhecimento. Conforme avançamos em idade o nosso esqueleto vai descalcificando e os nossos ossos ficam mais frágeis. A osteoporose ocorre, sobretudo, nas mulheres quando entram na menopausa. A menopausa e a perda de massa óssea ocorrem pela deficiência de estrogênio. Existe um estudo muito bonito feito na França, com 7.598 mulheres com mais de 75 anos de idade que mostrou que as que tinham o hábito regular de tomar até três taças de vinho por dia, junto com as refeições, ganhavam massa óssea, contrariando a História Natural do envelhecimento. Isso acontece porque alguns Polifenóis que existem em abundância no vinho estimulam os osteoblastos – células que formam osso – e inibem o osteoclastos – células que destroem o osso. E também porque o Resveratrol tem uma semelhança estrutural e funcional com o estrogênio – o hormônio feminino que, entre outras coisas, preserva a arquitetura óssea.
Outra dádiva do vinho para as mulheres é sobre a pele – o órgão que mais expõem as marcas do envelhecimento. Os Polifenóis do vinho melhoram muito a consistência e a elasticidade da pele, isso porque eles inibem a colagenase e a elastase, duas enzimas que destroem o colágeno e a elastina, responsáveis pela consistência e elasticidade deste órgão do revestimento. Além disso, eles melhoram muito a hidratação e a micro circulação da pele, dando-lhe mais vida. Os efeitos dos Polifenóis ocorrem tanto se eles forem aplicados direto sobre a pele quanto se ingeridos. E quando aplicados direto na pele e ingeridos, as ações se potencializam. Os efeitos sobre a pele são tão impressionante que hoje existem inúmeros tratamentos de beleza e cosméticos feitos a base de óleo de semente de uva e vinho.
A ingestão regular e moderada de vinho diminui a circunferência abdominal tanto em homens como em mulheres, foi a conclusão da pesquisa desenvolvida ao longo de 10 anos pelo Dr Vadstrup e colegas. Estes dados surpreendentes foram extraídos do “Estudo do Coração da Cidade de Copenhagem”. A população desta cidade está sendo observada há vários anos neste grande projeto de pesquisa. A medida da circunferência abdominal, como a medida da Pressão Arterial e do Colesterol sanguíneo, são um determinante de risco para ataques cardíacos e por isso objeto da observação. Quando os pesquisadores foram analisar o perímetro do abdome no grupo de pacientes que tinha o hábito regular de tomar diferentes tipos de bebidas alcoólicas encontraram este instigante dado: os que bebiam vinho diminuíam a circunferência abdominal, ao contrário dos que tomavam cerveja e destilados. Outros estudos, como feito pelo Dr. Yoshikawa mostraram que alguns dos polifenóis, que existem em quantidade consideráveis no vinho, destroem gorduras por inibição de enzimas metabolizadoras de gordura como a lipase pancreática, a lipase lipoprotéica e a glicerofosfatodesidrogenase.


Em continuidade a artigos sobre os benefícios do vinho, a Exame.com publicou uma pesquisa feita pela Universidade de Otago, na Nova Zelândia, o resultado desta pesquisa demonstrou que os casais que bebem juntos ao menos uma garrafa de vinho por semana são mais felizes que os “mais certinhos”.
As mulheres que abrem uma garrafa da bebida com os maridos têm quatros vezes mais chances de se tornarem satisfeitas com o casamento quando comparadas com aquelas que não bebem.

 

Diante de tantos benefícios que o vinho, preferencialmente tinto, traz à saúde, você não precisa abandonar o branco, nem tão pouco os espumantes, apenas não deixe de tomar uma ou duas taças de vinho tinto, por dia ou na semana, e desfrutará deste “néctar” de saúde, beleza e que alimenta o espírito.