segunda-feira, 6 de abril de 2015

Primitivo x Zinfandel

Primitivo ou Zinfandel? Uma delas é produzida na Itália. A outra é distintamente californiana. Uma está na história há alguns séculos, a outra há menos de 200 anos. Um teste de DNA diz que elas são a mesma cepa. Alguns já dizem o contrário. A resposta correta? O vinho responderá! A Primitivo e a Zinfandel podem produzir uma grande variedade de vinhos e alguns podem ser realmente maravilhosos. Começamos com a uva Primitivo por estar na história há mais tempo, e ser mais conhecida que a Zinfandel.




Rastreando a linhagem da Primitivo, ela aparece desde os antigos fenícios que se estabeleceram na província de Puglia (Apúlia), o salto da bota na Itália, região que produz mais vinho do que todo o continente da Austrália. As videiras são estimuladas aos seus maiores rendimentos, a maioria dos quais acabam por serem enviados tanto para o norte para compor com outros vinhos ou utilizada na re-fermentação de álcool industrial. Este foi um dos motivos para a uva Primitivo ser considerada uma cepa inferior e utilizada em pequenas proporções, nos cortes de Amarone ou vendidas para produtores do Piemonte e da Toscana, isto no passado, pois hoje prospera em sua terra natal - Puglia, sua ascensão deu-se somente após o rastreamento genético, quando passou a produzir vinhos varietais com foco no mercado americano - alguns, inclusive, exportados como Zinfandel, e não como Primitivo. O cenário vitivinicultor apresenta mudanças para esta região. Com novas técnicas de produção, baixos rendimentos e gestão cuidadosa dos vinhedos, as vinícolas oferecem novos exemplares de vinhos da Puglia. Em vez de vinhos ralos temos versões ricas, concentrados e saudáveis que se desenvolvem bem sob o sol quente italiano.


 Zinfandel é uma variedade tinta plantada em mais de 10% dos vinhedos da Califórnia. A identificação de DNA revelou que ela é geneticamente equivalente a uva croata  Crljenak Kaštelanski, e também a Primitivo variedade tradicionalmente cultivada no "calcanhar" da Itália.

A uva encontrou o seu caminho para os Estados Unidos em 1820, e ficou conhecida pelo nome "Zinfandel", rapidamente percorreu todo o país ganhando notoriedade pelo seu vigor e alta produtividade.
Durante a corrida do ouro do final do século 19 a uva Zinfandel era uma das favoritas dos mineiros e a saudade entre os imigrantes italianos, para o vinho semelhante ao da sua pátria. A Lei Seca não abrandou o seu crescimento, e na década de 1950 ocupou algumas das mais famosas áreas do norte da Califórnia.

Durante a década de 1990, poucas vinícolas da Califórnia começaram a fazer maravilhosos tintos da uva Zinfandel. Robert Mondavi, provou que poderia fazer um Zinfandel com maior “peso”, um vinho generoso e de classe mundial. Uma explosão ocorreu em popularidade e hoje existem centenas de Zinfandels vinda de todas as principais regiões produtoras de vinho da Califórnia. Os especialmente bons, são as versões que apresentam uma produção de "vinhas velhas". O "velho", neste caso, são as videiras muitas vezes de 40 anos.