quinta-feira, 29 de agosto de 2013

VINHOS DE BEAUJOLAIS


A Alegria de um Beaujolais!



Recentemente li um artigo, sobre uma degustação que aconteceu em Londres (out-2012), onde reuniu os principais escritores de vinhos da Grã-Bretanha para recomendarem os melhores vinhos no estilo “BBB (BOM, BONITO E BARATO)” e 32% das recomendações foram dos vinhos feitos a partir da uva Gamay, e a maior parte deles produzidos em Beaujolais.

Vou aproveitar a oportunidade para falar um pouco mais sobre esta região que produz vinhos aromáticos, fáceis de beber, alegres e festivos, que dispensam preocupações, seja em harmonizar ou agradar. São muito bons para acompanhar a gastronomia em geral e sempre fascinam! Um vinho perfeito para um piquenique e momentos descontraídos.




Beaujolais é o nome da região e do vinho ali produzido. A região se estende de norte a sul por cerca de 56 km sobre as baixas colinas de granito situadas na parte mais ao sul da Borgonha, da qual faz parte. As duas regiões nada têm em comum. Os climas, as uvas, e os vinhos são diferentes, podemos dizer que os vinhos de Beaujolais são alegres e leves, enquanto que os da Borgonha são sérios.

A única uva utilizada na produção de vinhos tintos é a uva Gamay, mais corretamente chamada de gamay noir à jus Blanc (literalmente, gamay tinta de suco branco); já os vinhos brancos praticamente não são vistos por lá, porém quando produzidos são das uvas Chardonnay e Aligoté.

Encontramos uma extraordinária variedade de vinhos que são classificados de acordo com a qualidade do seu “terroir”:
Beaujolais AOC (o “regional” os vinhos tendem a ser mais leves, com menor concentração de sabores de frutas); o Beaujolais Villages (um pouco mais rico e sofisticado que o regional), e têm também o famoso Beaujolais “Nouveau” (novo), aquele que é aguardado todos os anos para festejar a colheita, e todo o ritual de abertura, pois somente deve ser aberto na terceira quinta-feira de novembro e resulta na corrida para ver quem abrirá a primeira garrafa!

Ainda melhores, existe na região uma categoria chamada de “Cru de Beaujolais”. Em Beaujolais, a palavra “CRU” não indica um vinhedo, como nas outras regiões da França, mas refere-se a dez aldeias especiais. Os vinhos Crus de Beaujolais vêm destas aldeias que são a expressão de um terroir único, e que dão origem a vinhos ricos e com maior complexidade, e cada um possui particularidades relacionadas aos seus respectivos “terroirs” (tipo de solo e clima) que colaboram com os diferentes potenciais de envelhecimento e estilos. São eles: Brouilly, Chiroubles, Côte de Brouilly, Fleurie, Julienas, Chénas, Morgon, Moulin à Vent, Régnié e Saint-Amour.

Conheça um “Cru” de Beaujolais AOC, os seus vinhos tendem a ser mais densos e expressivos. Também podem envelhecer por mais tempo porque possuem mais estrutura, tanino e acidez. Embora um Cru de Beaujolais possa ser guardado por cinco anos ou até mais, muitos apreciadores de vinhos preferem bebê-lo logo depois de pronto, quando a fruta ainda está jovem e viva. Considera-se que em geral Moulin-à-Vent, Fleurie e Morgon sejam os Crus com maior potencial de envelhecimento.


Entre os negociantes mais famosos de Beaujolais está o Georges Duboeuf, conhecido como o “Rei do Beaujolais”, seus vinhos são uma explosão de frutas e é amado pela maioria das pessoas. O próprio Duboeuf é uma lenda viva, tanto pelo seu palato como pelo seu sucesso comercial, que transformou o vinho de Beaujolais, seja o Beaujolais Noveau e estar presente nas principais cartas dos restaurantes da região.

Você conhece um “Crus” de Beaujolais AOC? O que achou? Comente aqui!

Pois no resultado da degustação realizada em Londres e do guia “‘Gerbelle et Maurange’ de la Revue du Vin de France”, todos foram unânimes em afirmar que os Vinhos de Beaujolais oferecem a melhor relação entre preço e prazer da França. Os vinhos são realmente encantadores!