
A Alegria de um Beaujolais!
Recentemente li um artigo, sobre uma degustação que aconteceu em Londres (out-2012), onde reuniu os principais escritores de vinhos da Grã-Bretanha para recomendarem os melhores vinhos no estilo “BBB (BOM, BONITO E BARATO)” e 32% das recomendações foram dos vinhos feitos a partir da uva Gamay, e a maior parte deles produzidos em Beaujolais.
Vou aproveitar a oportunidade para falar um pouco mais sobre esta região que produz vinhos aromáticos, fáceis de beber, alegres e festivos, que dispensam preocupações, seja em harmonizar ou agradar. São muito bons para acompanhar a gastronomia em geral e sempre fascinam! Um vinho perfeito para um piquenique e momentos descontraídos.

A única uva utilizada na produção de vinhos tintos é a uva Gamay, mais corretamente chamada de gamay noir à jus Blanc (literalmente, gamay tinta de suco branco); já os vinhos brancos praticamente não são vistos por lá, porém quando produzidos são das uvas Chardonnay e Aligoté.
Encontramos uma extraordinária variedade de vinhos que são classificados de acordo com a qualidade do seu “terroir”:
Beaujolais AOC (o “regional” os vinhos tendem a ser mais leves, com menor concentração de sabores de frutas); o Beaujolais Villages (um pouco mais rico e sofisticado que o regional), e têm também o famoso Beaujolais “Nouveau” (novo), aquele que é aguardado todos os anos para festejar a colheita, e todo o ritual de abertura, pois somente deve ser aberto na terceira quinta-feira de novembro e resulta na corrida para ver quem abrirá a primeira garrafa!
Ainda melhores, existe na região uma categoria chamada de “Cru de Beaujolais”. Em Beaujolais, a palavra “CRU” não indica um vinhedo, como nas outras regiões da França, mas refere-se a dez aldeias especiais. Os vinhos Crus de Beaujolais vêm destas aldeias que são a expressão de um terroir único, e que dão origem a vinhos ricos e com maior complexidade, e cada um possui particularidades relacionadas aos seus respectivos “terroirs” (tipo de solo e clima) que colaboram com os diferentes potenciais de envelhecimento e estilos. São eles: Brouilly, Chiroubles, Côte de Brouilly, Fleurie, Julienas, Chénas, Morgon, Moulin à Vent, Régnié e Saint-Amour.
Conheça um “Cru” de Beaujolais AOC, os seus vinhos tendem a ser mais densos e expressivos. Também podem envelhecer por mais tempo porque possuem mais estrutura, tanino e acidez. Embora um Cru de Beaujolais possa ser guardado por cinco anos ou até mais, muitos apreciadores de vinhos preferem bebê-lo logo depois de pronto, quando a fruta ainda está jovem e viva. Considera-se que em geral Moulin-à-Vent, Fleurie e Morgon sejam os Crus com maior potencial de envelhecimento.

Entre os negociantes mais famosos de Beaujolais está o Georges Duboeuf, conhecido como o “Rei do Beaujolais”, seus vinhos são uma explosão de frutas e é amado pela maioria das pessoas. O próprio Duboeuf é uma lenda viva, tanto pelo seu palato como pelo seu sucesso comercial, que transformou o vinho de Beaujolais, seja o Beaujolais Noveau e estar presente nas principais cartas dos restaurantes da região.
Você conhece um “Crus” de Beaujolais AOC? O que achou? Comente aqui!
Pois no resultado da degustação realizada em Londres e do guia “‘Gerbelle et Maurange’ de la Revue du Vin de France”, todos foram unânimes em afirmar que os Vinhos de Beaujolais oferecem a melhor relação entre preço e prazer da França. Os vinhos são realmente encantadores!